Mau tempo no coração

Mau tempo no coração

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Sonhos, fora!

Não tenho mais chance de voltar atrás. Aliás, voltar atrás ninguém volta. Se alguém pensar fazê-lo, é pura demagogia. As palavras depois de proferidas não regressam à boca e o que passou não volta mais – mesmo que tudo tentemos para isso.
Recreamos situações que, na prática, não terão o mesmo gosto das anteriores vivências. Até podem ser melhores mas, iguais, nunca!

O homem que desejei ao meu lado, possivelmente nem existia no planeta. Era fruto da minha imaginação exacerbada. Era o sonho sonhado! Era o desejo do impossível.
O que dançava e se entregava à música, ao embalo...
O que sentia a música tal como eu e se deixava transportar nela e por ela... O que me enlaçava, fechava os olhos e vivia uma vida inteira num ritmo amoroso que durava 2 ou 3 minutos, enquanto interiorizava o poema e a voz do cantor? Será que existe tal pessoa?
Jamais a encontrei!
Agora, a minha companhia é um gato preto e branco, meio rafeiro, friorento em demasia, sempre a tentar dormir aconchegado na minha anca.
Sonhos, fora! Fora da minha imaginação! Não me perturbem porque não quero pensar no futuro e na impossibilidade de voltar a dançar.
Não! Pelo menos até que o meu companheiro se transforme num lindo príncipe encantado, me leve nas asas dum corcel branco até uma sala dourada e aí, vestida como uma princesa doutros tempos, dançaremos até à meia noite, perderei um sapato na fuga e voltarei a ser a gata borralheira do meu gato preto e branco meio rafeiro.

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